quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Voando para a liberdade

E o bem-te-vi canta alertando
Que vai alvorescer o dia
Contempla-lo no pé cajarana e nas jurubebas
Saltitando pra lá e pra cá

E sinto a liberdade de vocês pássaros na revoada do anoitecer
A procurarem seus lares muitas vezes incertos
Mas vejo um bacurau e uma coruja-de-igreja
Mostram-me que a noite também é das aves

Na minha infância no sertão
Vi rolinha fogo-apagou, a caldo-de-feijão de penas marrons
Lá também tinha a famosa asa-Branca
Imortalizada na voz dos cantadores sertanejos como Luís Gonzaga

Na mata de aroeira, baraúna, umburana, mandacaru
Lá das caatingas do Sertão do São Francisco
Cantam o galo-de-campina, caça o carcará
E entoa seu canto agourento a acauã

Os beija-flores se alimentando do néctar
Dos Malvaviscus no jardim da minha casa
Esses pássaros que batem suas asas em extrema velocidade
São os mais importantes polinizadores das lindas bromélias

E o urubu ave mal vista pelas pessoas
Tão importante papel ecológico desempenha
Tem urubu-de-cabeça-preta, cabeça-vermelha, de-cabeça-amarela
Mas o mais imponente é o urubu-rei

Na caatinga também tem o cancão, bonita ave
Come insetos, frutos, peixes e até cobras
Lá também tem a ema, uma ave que não voa
A maior ave do brasil e a fêmea pôe um imenso ovo

Atravessando o rio Jaboatão, no manguezal
Vi um martim-pescador pescar uma manjubinha
Na beira da praia de Candeias a noite
Vejo maçaricos caçando não sei o quê

Na Lagoa Olho D’água, hoje degradada
Observo um bando de garças-brancas-grandes
E nas pequenas lagoas circundantes
Sobre as ninfeías caminham majestosamente as jaçanâs

Assim como as aves amo as alturas
Porém, não tenho asas e assim não posso voar
Não admiro aves presas, quero soltá-las
Para voarem livres mundo afora

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